Audiência foca problemas no combate à violência em Caruaru

por Victor Vargas — publicado 19/11/2015 00h00, última modificação 11/10/2024 08h25
As dificuldades operacionais, principalmente a falta de estrutura das polícias civil e militar, no combate...

As dificuldades operacionais, principalmente a falta de estrutura das polícias civil e militar, no combate à violência em Caruaru foram o foco da audiência pública promovida pela Câmara Municipal de Caruaru na manhã desta quarta-feira (18). Com os trabalhos dirigidos pelo presidente da Casa, vereador Leonardo Chaves (PSD), a audiência foi uma solicitação do vereador Heleno do Inocoop (PRTB). Estiveram presentes os comandantes da DINTER-1 (Diretoria Integrada do Interior I), Coronel QOPM José Roberto Tenório Maranhão; e do 4º BPM, Tenente-coronel Roberto Galindo, além do delegado de Homicídios, Márcio Cruz, o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, José Alexandre Barbosa Leite, os presidentes dos sindicatos da Polícia Civil, Áureo Cisneiros, dos Taxistas, Cícero Moreira e dos Servidores Municipais de Caruaru, Eduardo Mendonça, além dos vereadores Rodrigues da Ceaca (PRTB), Rosimery da Apodec (DEM), Tenente Tibúrcio (PMN), Gilberto de Dora (PSB), Bruno Lambreta (PSD), Lula Tôrres (PR), e Jaelcio Tenório (PRB).

Ausências – O senador Douglas Cintra e os deputados estaduais Tony Gel e Raquel Lyra não compareceram mas enviaram representantes. Também convidados, o deputado federal Wolney Queiroz e o prefeito José Queiroz, no entanto, não vieram nem enviaram representantes. O secretário estadual de Defesa Social, delegado Alessandro Carvalho, justificou a falta, pois estava participando de outra reunião no Recife.

O vereador Heleno do Inocoop lamentou as ausências num debate tão importante e destacou o fracasso do Pacto pela Vida, do governo do estado, e falta de estrutura da polícia. “Como cidadão e representante do povo fico preocupado, pois já foram mais de 183 homicídios, roubos e assaltos diariamente, deixando os caruaruenses assustados e sem paz, o povo merece o máximo de respeito, não existe crise que justifique o momento tão crítico, por isso lamentamos a ausência das autoridades que têm o poder de mudar essa situação”, salientou o parlamentar. Heleno disse ainda que é necessário que o Estado invista, em caráter de urgência, para melhorar as condições de trabalho dos policiais. “Não é justo uma cidade de constante desenvolvimento ter o efetivo com apenas 300 policiais, o que equivale a 80 homens por dia, precisamos do aumento de viaturas, exclusividade do 4º BPM para Caruaru, renovação dos coletes, helicóptero para ficar lotado no 4º BPM, melhor salário para os policiais da ativa e inativa, além de assistência médica”, defendeu o edil.

O presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, também destacou a completa falta de estrutura de trabalho das delegacias em Caruaru, muitas sem material de expediente ou sequer água para os agentes beberem. “Em algumas são os próprios policiais que têm que se cotizar para comprar água. Em outra delegacia, foi um advogado que doou resma de papel para que os autos pudessem ser impressos”, disse Cisneiros.

O comandante do 4º BPM, Tenente-coronel Roberto Galindo, reconheceu que a corporação também trabalha em condições longe da ideal, mas ressaltou que o trabalho de enfrentamento à violência é um trabalho conjunto, das polícias e da população. “É importante a participação da Câmara de Vereadores, isso denota que tem mais gente preocupada, e de fato existem tarefas que o município pode nos ajudar, já é fato que a violência não se coíbe só com a polícia. A audiência foi positiva, colocamos alguma reivindicações, como o exemplo do horário do tempo de duração de eventos, e só por isso já seria uma grande contribuição para a diminuição da violência”, salientou o comandante.

O presidente do Legislativo, vereador Leonardo Chaves, informou que a ata da audiência, relatando tudo que foi debatido, será enviada para o secretário estadual de Defesa Social, Alessandro Carvalho, e para o governador Paulo Câmara.

Guanabara Comunicação/AscomCâmara
Foto: Victor Vargas/AscomCâmara
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