Em Sessão Ordinária, o Dia da Consciência Negra foi pautado como um dia de reflexão e não de comemoração

por Fernanda Lira — publicado 21/11/2024 23h36, última modificação 21/11/2024 23h36
Colaboradores: Catiane Damas
Em Sessão Ordinária, o Dia da Consciência Negra foi pautado como um dia de reflexão e não de comemoração

Foto: Vladimir Barreto

Nesta quinta-feira (21), os parlamentares debateram a inclusão social da população negra e de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista, a partir de reflexões e propostas importantes que tratam das duas causas.

“A base social do Brasil foi construída a partir do derramamento de sangue de dois grupos sociais: os povos originários e os povos negros”, explicou Petrúcio Cruz, na tribuna. Petrúcio, que se tornou cidadão de Caruaru recentemente, através de propositura de Perpétua Dantas (Avante), foi convidado pela vereadora para falar, na reunião, sobre a Consciência Negra, questão que tornou o dia 20 de novembro feriado nacional.

O convidado ressaltou que a data, que faz alusão ao assassinato de Zumbi dos Palmares, não é motivo de comemoração. E, sobretudo, enfatizou que o país só pode avançar nas demandas raciais a partir de um letramento da população sobre tais pautas. Ele mencionou o projeto municipal que ajudou a desenvolver, junto a vereadora Perpétua: o Afrobetizando, defendendo a importância de que todos os vereadores da Casa usem sua voz para criar projetos como este e se colocando à disposição para dialogar e ajudar na construção de políticas públicas.

Por fim, Petrúcio apresentou sua aluna, chamada Dominique, do projeto social Baque de Rum, realizado no bairro Salgado, que o acompanhou na reunião. Ele contou que tem ido à escola de Dominique em função dos preconceitos que ela tem enfrentado no dia a dia, em sua escola, devido a cor da sua pele. A estudante fez uso da palavra e destacou que, infelizmente, o racismo, além de existir, é banalizado nas escolas, até mesmo por professores.

Na tribuna, a vereadora Perpétua Dantas (Avante) explicou que a ausência de medidas de enfrentamento às violências raciais significa ignorar uma história de opressão. Além disso, ela concordou com Petrúcio sobre o poder da educação na transformação social, dizendo: “a maldade é aprendida e reproduzida”, e pode, portanto, ser desconstruída.

O presidente da Casa, Bruno Lambreta (PSDB), referenciou alguns projetos que tratam da causa, a exemplo do já mencionado Afrobetizando, e falou da sua expectativa positiva em relação à próxima legislatura para que a atuação parlamentar em prol da população negra continue avançando no município. Ele reforçou, ainda, que apesar da vereadora Perpétua não ter sido reeleita, seu trabalho permanecerá vivo e a Casa acolherá suas novas propostas. Afinal, essa é a Casa do Povo.

Transtorno do Espectro Autista

Na reunião, o professor Jorge Quintino (PODE) apresentou um Projeto de Lei que “assegura a prioridade de matrícula para alunos com TEA em escolas municipais próximas à residência ou ao local de trabalho de seus responsáveis”, explicou. Quintino enfatizou que a iniciativa permite que a educação seja um espaço de inclusão e não de barreiras.

A próxima Sessão Ordinária será na terça-feira (26).

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