População participa do debate sobre reforma da previdência no plenário Legislativo de Caruaru
A polêmica Reforma da Previdência está ganhando cada vez mais destaque nas redes sociais e nos veículos de informação. Essa proposta vem sendo apresentada no congresso Nacional, desde 2016, ainda no governo Temer. E como agora é a principal aposta da gestão do presidente Jair Bolsonaro, tem sido divisor de opiniões em relação à decisão do governo.
Apesar de majoritária oposição a reforma, a proposta ainda vem ganhando adesão de deputados e será encaminhada para votação no plenário na Câmara Federal.
Pensando em como dar oportunidade à opinião pública se expressar a respeito do assunto, o vereador Daniel Finizola (PT) tomou a iniciativa de realizar uma Audiência Pública, nesta segunda-feira (08), para um debate onde os principais afetados pela mudança pudessem colocar o que pensam do assunto. A intenção da conferência é de que seja feita uma ata e com a pressão popular ganhar atenção dos deputados eleitos pelo público caruaruense e que o ponto de vista da população seja levado em consideração durante a votação.
Estiveram presentes vereadores e convidados do parlamentar Finizola, entre eles, representantes sindicalistas como, Marcondes Carneiro, Conceição Silva, Paulo Ubiratan e os advogados - César Barbosa - Presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB Caruaru e Membro da Comissão de Direito da Seguridade Social da OAB Pernambuco e também o advogado e professor de direito previdenciário Osório Chalegre.
Daniel Finizola abriu os trabalhos do dia explicando a importância do debate sobre a reforma da previdência e seus efeitos para a população. “ É um espaço público onde todos podem vir fazer o seu questionamento e a gente vai procurar apresentar o projeto” afirmou Finizola. O edil deu o maior espaço da reunião para os convidados darem suas opiniões técnicas e para que o público presente pudesse expor suas concepções sobre o assunto.
Para o advogado César Barbosa, antes de qualquer reforma ser analisada, é preciso primeiro ouvir os envolvidos para que não haja privilegiados. “O nosso interesse é debater, é chegar a denominadores comuns, sobre determinados pontos da reforma. Não é ser contra, por ser contra ou ser a favor, por ser a favor. É amadurecer o debate e mostrar para o Governo Federal que a proposta não é boa e informar o nosso interesse de que surja uma boa proposta,” completou.
O professor Osório apresentou contextos da história de outras reformas na previdência e exemplificou como cada classe fica prejudicada. Mas se colocou a favor de uma proposta justa da reforma. “É necessário que se haja uma idade mínima, é necessário que haja um ajuste nos termos de contribuição, mas por outro lado, existem propostas que são cruéis com algumas parcelas da população, mas especificamente com as pessoas que precisam de benefícios assistenciais e que serão bastante prejudicadas. E com os trabalhadores rurais para que tenham uma situação especial, mas que está sendo ignorado nessa proposta,’ ressaltou Osório.
O enredo da Audiência pública prosseguiu aberta para os questionamentos dos espectadores e cerca de 20 pessoas explanaram a inquietação desfavorável sobre tema.