Vereadores pedem que denúncias de abusos sejam investigadas
A 52ª reunião ordinária da segunda sessão legislativa ficou marcada por uma série de denúncias de assédio moral que estaria sendo praticado por lideranças do Poder Executivo perante servidores municipais de Caruaru. E que despesa com publicidade teria aumentado exorbitantemente nos últimos tempos. Seis parlamentares usaram a tribuna para pedir que denúncias de abusos sejam apuradas pelos órgãos competentes.
Daniel Finozola
O edil afirmou que o governo municipal está gastando bem mais com propaganda em mídia nesses últimos meses e que período não é mera coincidência: “propaganda política da prefeitura triplicou no período eleitoral e é a população quem está pagando a conta (...) Sou formado em publicidade e sei que o custo de tudo isso é muito elevado”, afirma Daniel fazendo menção às propagandas veiculadas em horário nobre da televisão.
Ele ainda ressalta em seu discurso as constantes denúncias sobre assédio moral praticado contra servidores do município e relata que todos os dias chegam pessoas pressionando para que esses se posicionem a favor de um lado.
Leonardo Chaves
O membro do legislativo com maior tempo de atuação da casa inicia sua manifestação dizendo que em período eleitoral se vê de tudo. E faz um desabafo com relação ao descaso da prefeita perante líderes comunitários e uma gestora escolar do município - aprovada por processo seletivo, que a apoiaram em campanha para o cargo majoritário e mesmo assim sofreram perseguição política: “pessoas ligadas a eles foram demitidas de seus cargos no Poder executivo”, revela.
Leonardo ainda relata que tentou diálogo e a alertou sobre consequências do descaso, reiteradas vezes, e que a mesma pediu um prazo para resolver a situação até o dia 30 do último mês e não resolveu. “Eles foram lá em casa assim que findou o prazo e disseram que não apoiam prefeita nunca mais pelo que fez”, e continuou afirmando que não tem poder sobre escolha das pessoas, cada um é livre para decidir em quem votar e a quem apoiar, mas que o abandono sofrido pela população, principalmente das comunidades rurais com a questão da água, não sairá das memórias.
Tafarel
O Parlamentar também declarou que recebeu denúncia de uma funcionária de uma creche de Caruaru sobre reuniões em que estariam coagindo os servidores a votarem em seus candidatos, sob risco de sofrerem retaliação pós eleição. E disse ser inadmissível e um atentado contra a democracia.
Tafarel também questiona a falta de técnica e os constantes travamento das licitações da prefeitura.
Marcelo Gomes
Mais uma vez, Marcelo ressalta a linha responsável de fazer oposição. E afirma que também recebeu denúncias de que professores contratados pela prefeitura estavam sendo obrigados a participar de reuniões, inclusive com assinatura de atas e com o dever de trabalhar no dia das eleições. O parlamentar pede que o Ministério Público investigue, pois se trata de uma denúncia séria.
O vereador também faz um apelo, em nome dos concurseiros de Caruaru, para que não haja choque de datas na realização do concurso da procuradoria de Caruaru com a de João Pessoa. “O concurso da procuradoria do município é uma carreira importante, parabenizo aqui a gestão da prefeita Raquel Lyra por essa iniciativa, mas todo mundo sabe que esses concursos são muito visados e infelizmente a data da prova daqui coincidiu com a data da prova de João Pessoa, que saiu antes e já têm muitos inscritos da nossa cidade. Ainda que o salário de João Pessoa seja melhor, permanecer em Caruaru pode ser mais conveniente para os candidatos que são daqui”, expõe Marcelo.
Ranilson Enfermeiro
Para Ranilson o Poder Legislativo e Executivo devem trabalhar em conjunto e é preciso respeitar a decisão e posicionamento político de cada um. O vereador relembrou que esteve ao lado de Raquel Lyra, desde sua primeira candidatura a assembleia legislativa, e que repetiu o apoio durante o segundo turno da disputa da cadeira maior do Executivo.
Contudo, diz estar decepcionado com a postura da prefeita nas eleições de 2018. E atribui culpa a alguns de seus secretários, que em suas palavras - têm servido de pedras de tropeço para ela. E que tais pressões para votar em A ou B estão contribuindo para desentendimentos e possíveis rupturas. Ranilson conclui: ”isso é uma questão pessoal minha, em candidato de fora, eu não voto”!
Alberes Lopes
Alberes reitera as denúncias dos colegas e afirma haver contradição entre discurso em campanha da prefeita e sua atual maneira de conduzir sua gestão. Ele afirma estar decepcionado e classifica atuação de Raquel Lyra como velha política, já que o que se vê é perseguição em todos os departamentos e demissões arbitrárias.
Fagner Fernandes
Chamando a atenção para a mudança de cenário político, o edil afirma que a população tem cobrado mais de seus representantes para que cuidem de sua postura e maneira de trabalhar e que não cabe a vereador exigir que suas lideranças votem em determinado candidato por vontade da prefeitura. “Dia sete acabam as eleições. E a prefeita precisa dessa casa para aprovar os projetos. A prefeita não tem maioria nessa casa. Ela vai continuar errando por falta de diálogo e pagando preço pela postura opressiva de seus diretores e secretários? O Poder Legislativo tem compromisso com a cidade. Não é perseguindo que se consegue voto, porque no dia vai estar somente a urna e o eleitor”, destaca parlamentar lembrando que a escolha do candidato é pessoal.